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Fiema Brasil 2018 debate uso de energias renováveis em seminário temático
“Não podemos depender de um único recurso”
Professora da PUCRS, Aline Cristiane Pan coordena Seminário de Energias Renováveis na Fiema Brasil
Questões políticas e falta de incentivos governamentais têm
emperrado o avanço do Brasil na utilização de energia a partir de fontes
renováveis. O que é um desperdício – dadas as condições naturais do país –,
segundo a professora e coordenadora do Curso de Especialização em Energias
Renováveis da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Aline Cristiane Pan, também coordenadora do Seminário de Energias Renováveis
que a Fiema Brasil promove em abril do ano que vem, em Bento Gonçalves.
A doutora em Energia Solar Fotovoltaica pela Universidade
Politécnica de Madri diz que a visão monoenergética brasileira, baseada nas
hidrelétricas, é massa de crítica desde a década de 1970 – o que só demonstra
como o Brasil está atrasado para virar a chave e adentrar de vez no universo
das energias renováveis. “Não podemos depender de uma única fonte de energia,
temos que diversificar a nossa matriz energética para podermos continuar
crescendo como sociedade”, sugere.
Aliás, essa questão também é impeditiva, já que as
hidrelétricas não são poluentes como as usinas de carvão e nuclear, muito
comuns na Europa, por exemplo. “Isso fez com que lá o incentivo às energias
limpas fosse maior”, argumenta Aline. Na Alemanha, a matriz energética está
sendo transformada desde a década de 1990, fato que agora, quase 30 anos
depois, o Brasil começa a dar atenção.
Apenas em 2012 a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) publicou uma normativa para que as energias renováveis fossem
implantadas nas casas. E o texto ainda passou por uma resolução em 2015. “Ninguém
estava preparado para colocá-la em prática, não houve uma política de incentivo
por parte do governo”, diz a professora, que faz uma comparação com a Alemanha:
“lá o governo financiou 10 mil telhados fotovoltaicos (que converte energia
solar em elétrica) com pagamento parcelado para a população”.
Embora com certo atraso, o Brasil tem registrado índices
crescentes no uso de energias renováveis. Em 2013, surpreendentemente, o país
possuía apenas nove empreendimentos que utilizavam energia fotovoltaica como
suporte, número que saltou para 4.517 nos três anos seguintes. “Nada cresce
tanto em energias limpas no país como a fotovoltaica”, vibra Aline, reforçando
que o número de conexões dessa energia cresceu 98% nos últimos três anos. A
energia eólica é hoje uma realidade e que está ainda pode melhorar o
desempenho, e já representa 7% de toda a energia produzida no país. “Há 10
anos, ela nem contabilizava”, observa Aline. O Rio Grande do Sul é um dos
Estados que mais geram este tipo de energia, com seus 68 parques eólicos
produzindo 1.700 megawatts.
Qualquer tipo de indústria pode se beneficiar do uso das
energias renováveis, inclusive com a possibilidade de serem cogeradores – com a
utilização de lixo de biomassa – e de criarem sistemas híbridos, com a
utilização de mais de uma fonte de energia. “A sociedade precisa discutir, as
empresas também, e a Fiema vem com a proposta de mostrar essas possibilidades
para as indústrias, que quando tiverem que ampliar ou reestruturar, pensem
nesses aspectos, porque a princípio parece um gasto, mas é um investimento no
futuro”, orienta.
O Seminário de Energias Renováveis ocorre dentro da FiemaCon – janela da Fiema Brasil com uma série de eventos para gerar debates, ideias e conhecimentos em gestão ambiental – no dia 11 de abril, das 8h às 16h30min. O encontro terá como tema Oportunidade e Aplicabilidade para as Energias Renováveis, abordando cenários, licenciamento, aplicabilidade e políticas de incentivo e energias hídrica, biomassa, solar e eólica.
Sobre a Fiema
A Fiema Brasil – Feira de Negócios, Tecnologia e
Conhecimento em Meio Ambiente – chega a sua oitava edição em 2018, agendada
para ocorrer de 10 a 12 de abril, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS).
Com previsão de reunir 200 expositores e público visitante de aproximadamente
10 mil pessoas, está consolidada como importante encontro estratégico no
segmento de gestão ambiental. Além das oportunidades de negócio, tem uma agenda
concomitante de atividades voltadas para a transmissão de conhecimentos na
programação de eventos do Fiemacon. Quem assina sua realização é Fundação
Proamb, entidade com mais de 25 anos de atuação em soluções ambientais.






